segunda-feira, 29 de novembro de 2010

O viajante

O viajante. Vi-o n a paragem do metro. Com o seu sobretudo até aos pés, o rosto taciturno. Um mapa na mão. Sapatos gastos de tanto andar, quase rotos. Trazia com ele uma mala, velha, gasta, cheirava a pregaminho e a tinta, tinha selos colados no exterior. Com ele trazia também uma téz pálida, um sobrolho carregado, não dormia à dias. Com ele vinha também um chapéu, castanho, de flanela. Era um viajante. Andava de cidade em cidade, talvez. Farto da sua monotonia. Mas quem corre por gosto não cansa. A vontade de conhecer o Mundo, a vontade de investir em novas emboscadas. A vontade de descobrir sabe-se lá o quê... a vontade talvez de se descobrir a si mesmo. Pergunto-me, qual será a sua próxima paragem? Terá saudades da comida da mãe? Ou será apenas um sem abrigo, procurando o sítio certo para chamar casa? Divagar...

27.

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